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Talvez um dos temas mais recorrentes no cinema atual seja a exploração espacial. Desde os primórdios do cinema a curiosidade sobre o desconhecido, o espaço, e vidas em outros planetas era algo abordado. Produções como Alien – O Oitavo Passageiro (1979) foram responsáveis por conquistar o público, enquanto Gravidade (2013) reinventou a maneira como os filmes do gênero são apresentados. E são exatamente esses dois filmes que Vida parece levar como grandes pontos de referência.
A história de Vida acompanha seis membros da Estação Espacial Internacional que descobrem provas de vida extraterrestre em Marte. Entretanto, a pesquisa do grupo tem consequências inesperadas, e os alienígenas se provam mais inteligentes do que o previsto.
É impossível não comparar o roteiro de Rhett Reese e Paul Wernick a trama de Alien (de Ridley Scott). A fórmula é a mesma: os personagens estão confinados em um espaço limitado e tem que enfrentar uma forma de vida alienígena. O que difere aqui é que os astronautas são ameaçados por somente uma forma de vida alienígena, apelidado de Calvin, que causou a extinção da vida em Marte.
Vida traz uma trama de suspense que vai manter o espectador atento a tudo que está acontecendo na tela. Durante seu desenvolvimento, os roteiristas conseguem fazer diálogos técnicos, momentos de tensão e emoção acontecer de maneira equilibrada. Além disso, os seis personagens tem seus arcos desenvolvidos ao longo da trama, trazendo uma complexidade para cada decisão tomada.
Como mencionado acima, a tripulação conta com seis membros, entre eles estão três americanos e três “estrangeiros” (um japonês, um britânico e uma russa). Os personagens demonstram ter uma forte conexão entre si, o que também os leva a tomar decisões impulsivas. E talvez esse seja o aspecto que mais conecta o espectador aos astronautas: não agir somente pelo lado racional. Em muitos casos, o caminho escolhido chega a aumentar a tensão da trama.
A fotografia de Vida lembra muito o filme Gravidade. O diretor usa os planos sequência, fazendo com que o espectador acompanhe as ações do filme junto dos personagens e não como um simples observador da ação. O único momento em que a câmera muda é quando o espectador passa a observar o ponto de vista de Calvin. Essa troca de câmera ocorre algumas vezes, contribuindo para a temática, sua evolução e até mesmo o clima necessário para abordar sua temática.
Apesar de ser um filme que cumpre com sua proposta, Vida não inova e parece ser uma homenagem a Alien. O longa vai deixar o espectador tenso em sua cadeira e em muitos momentos trará pontos de virada, mas alguns destes podem ser previstos por aqueles que estão familiarizados com filmes do gênero. Ainda assim, trata-se de um título que vale a pena ser visto pelos amantes do tema.
Vale lembrar que Vida conta com Ryan Reynolds (Deadpool), Jake Gyllenhaal (Animais Noturnos), Rebecca Ferguson, Olga Dihovichnaya, Ariyon Bakare e Hiroyuki Sanada no elenco. Daniel Espinosa (Protegendo o Inimigo) é o responsável pela direção.