ALIADOS | CRÍTICA

Classificação:
Nota Razoável

Pôster do filme AliadosPolêmicas à parte envolvendo a vida pessoal de um dos seus protagonistas, muito se esperava deste filme de Robert Zemeckis, que juntava na película muito dos ingredientes que o público e a crítica amam: 2ª Guerra Mundial, ação, suspense e romance. Porém, uma premissa tão boa é cercada de expectativa e, não correspondendo à altura está muito mais propenso a sofrer severas críticas. Aliados tem uma produção impecável, atuações que não comprometem, mas é refém de um roteiro viciado, previsível e que se perde na hora de conseguir o equilíbrio entre o romance e os outros elementos da mistura.

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Max Vatan (Brad Pitt) é enviado em uma missão de alto risco para eliminar um embaixador alemão em Casablanca, no Marrocos, durante a 2ª Guerra Mundial. Lá ele se encontra com Marianne Beausejour (Marion Cotillard), sua parceira no trabalho. Porém, o que não esperavam é que se apaixonassem perdidamente. Eles se casam e vão morar em Londres, entretanto, Max é informado pelo alto comando britânico que sua esposa pode ser uma espiã alemã. Ele terá que correr contra o tempo parar provar o contrário, ou confrontar a terrível verdade.

Muito se esperava de Aliados, principalmente por ser Steven Knight o roteirista. Ele está em franca ascensão e já foi responsável por grandes roteiros como Coisas Belas e Sujas (2002), Senhores do Crime (2007) e Locke (2013). Além disso, está sendo muito elogiado pela série Taboo, ao ar na BBC. E até consegue uma introdução interessante, dando um toque neo-noir em conjunto com a bela fotografia Don Burguess, e um figurino excepcional (indicado ao Oscar) de Joanna Johnston. Chega mesmo a lembrar um pouco Casablanca (1942), em teor e conteúdo.

Porém, as referências param por aí. Quando o longa se desloca para romance entre Max e Marianne e deixa os outros atributos em segundo plano, percebe-se um enfraquecimento do texto, uma sucessão de clichês retirados de outros filmes, mas não reverenciados e sim tapeados para criar um clima de suspense que não consegue emplacar. A ação em torno de Max e sua busca pela verdade até continua de bom nível, mas é um peso que tende a ser mais forte que a outra vertente, dando um desiquilíbrio que torna o filme um tanto maçante.

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Robert Zemeckis mostra experiência em direcionar a câmera para as expressões faciais e corporais dos atores. Consegue manter um bom nível em sua direção, mas sofre pela falta de consistência que se abate sobre o roteiro, e não consegue fazer o trecho final do filme ser impactante como se esperava. Um tanto pelo fato de que a maioria do público certamente tenha resolvido o impasse antes que ele fosse revelado.

Mesmo não sendo um fato determinante para a qualidade de Aliados, a polêmica em torno do envolvimento de Pitt e Cotillard, que levou o galã a se divorciar de Angelina Jolie, com certeza só ajudou a criar no público uma antipatia preconceituosa. Se tivesse conseguido ter uma qualidade acima da média em sua projeção, talvez até se livraria de uma recepção negativa, mas como não foi o caso, o filme será só mais um na multidão do cinema hollywoodiano.

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