A FEBRE | LITERATURA

FebreDesde que vi a capa de A Febre eu me apaixonei. Sim, sou daqueles que julgam o livro pela capa, e não seria diferente já que este é o primeiro passo para chamar a atenção do leitor. No entanto, algo que não me chama atenção, e que na verdade me assusta, é quando comparam a autora com outra que eu gosto muito, ou a obra com outra que me fez perder o fôlego. Mesmo receoso solicitei o livro que prometia ser um thriller, ou um suspense, mas que realmente deixou a desejar em vários aspectos.

Em A Febre conhecemos a Escola Secundária de Dryden – cenário principal da história – e também as jovens Deenie, Lise, e Gabby, que formam um trio inseparável. Filha do professor de química e irmã de Nash, um popular jogador de hóquei da escola, Deenie irradia as vulnerabilidades de uma típica adolescente de 16 anos. E então, quando sua amiga Lise sofre uma inexplicável e violenta convulsão no meio de uma aula, nem ela e nem as outras pessoas sabem como lidar.

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Existem boatos sendo espalhados na mesma velocidade em que outras meninas passam a ter desmaios, convulsões e tiques nervosos, deixando os médicos intrigados e os pais apavorados. Os ataques seriam efeito colateral de uma vacina contra HPV? O Pânico se espalha pela escola e por toda a cidade, trazendo à tona segredos que pareciam muito bem guardados, ameaçando destruir amizades, famílias, e a frágil sensação de segurança daquelas pessoas que não conseguem compreender a causa da terrível e misteriosa doença.

É em meio a toda essa tentativa de suspense que a história se desenvolve. A narrativa da autora é leve, às vezes fluida, digna de livros para adolescentes que se passa em um ambiente de adolescentes. No entanto, por mais que o livro seja fácil de se ler, às vezes eu senti como se a autora estivesse se perdendo no próprio enredo. Foi isso que me deixou sentindo a necessidade de fazer pausas durante a leitura, e na grande maioria das vezes eu não sentia vontade de retornar.

A construção dos personagens também não ajudou em nada. Em todas essas 268 páginas, não me senti ligado de nenhuma forma a nenhum deles, o que dificilmente acontece, já que tenho tendência a me apaixonar por personagens secundários. Nessa história, no entanto, todos eles são mecânicos, com atitudes esperadas, e nada disso colaborou com o thriller/suspense que a autora criou.

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A história foi toda ruim? Na verdade não. As últimas páginas, onde os mistérios se desenrolam, e entendemos onde a autora quis chegar com sua atmosfera peculiar, tem algumas surpresas. Percebemos que há mais por trás do que realmente parecia. São poucas páginas com surpresas agradáveis, mas que não me deu aquela sensação de êxtase porque era necessário um mínimo de conexão com as personagens.

A edição da Intrínseca, no entanto, está impecável. Boa diagramação, fonte do tamanho ideal e nenhum único erro de revisão. É fato que o livro não me agradou, mas se você gosta de um thriller/suspense com personagens adolescentes, então leia e tire suas próprias conclusões, talvez a história funcione para você.

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