A 5ª ONDA | CRÍTICA

Classificação:
Ruim

A 5ª ondaNos últimos anos virou moda em Hollywood a adaptação de livros infanto-juvenis com conteúdos distópicos, fantásticos ou pós-apocalípticos. O grande precursor foi a saga Harry Potter e seus oito filmes, mas, o que impulsionou mesmo essa moda foi Crepúsculo (2008). Daí vieram outros tantos, alguns bem-sucedidos como a trilogia Jogos Vorazes, outros grandes fracassos que não passaram do primeiro filme como A Hospedeira (2013). Agora chegou a vez de A 5ª Onda tentar encontrar um espaço entre a fantasia e a distopia, apostando na ficção-científica e em extraterrestres, com muita ação, mas com um roteiro frágil.

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Alienígenas invadem a Terra com o intuito de exterminar a raça humana. Para isso emitiram uma série de ataques, que as pessoas chamaram de ondas. A primeira foi um pulso eletromagnético que eliminou toda eletricidade. Na segunda, uma série de tsunamis deu cabo de 40% da população. Na terceira investida, 97% dos que ainda estavam vivos foram exterminados por um poderoso vírus. Depois, os aliens se infiltraram entre a população provocando desconfiança e assassinatos. Agora, Cassie (Chloe Grace-Moretz) tenta proteger seu irmão mais novo da 5ª Onda, que promete a extinção total dos seres humanos.

Tudo bem que tem um ponto positivo em A 5ª Onda, a trama é totalmente diferente das outras adaptações que já apareceram por aí. Mas, uma pena que de positivo mesmo, somente isso. A história, que começa interessante, com menos de quinze minutos cai em um marasmo que só, sendo que a personagem de Moretz, fica no monólogo incessante, apresentando a todos o que aconteceu para que o mundo chegasse àquele ponto. Talvez, fosse mais interessante iniciar o longa em uma ordem cronológica que valorizasse a introdução, elevando a expectativa por tudo o que pudesse vir.

O roteiro escrito a seis mãos é muito pueril, e não apresenta uma carga dramática necessária para segurar até o desenrolar da primeira parte da história. Em certo ponto do filme nem é possível acreditar que existe uma ameaça de extinção tanta é a morosidade e falta de ritmo. A inclusão do romance, de praxe nesse universo infanto-juvenil, não dá liga, e, se pensar bem, é até pouco provável que nessas circunstâncias alguém tenha espaço para tais sentimentalismos. Vide The Walking Dead…

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Outra coisa que incomoda é a caracterização do mundo após as quatro primeiras ondas. Tudo é muito limpo, bem arrumado, e em nenhum momento nos dá a impressão de que se trata de um lugar que a população foi reduzida a quase nada. Os personagens sempre bem apessoados, cabelos impecáveis, roupas limpas, isso tudo sem o auxílio da energia elétrica, que se foi na primeira onda. Faltou zelo da equipe de produção em compor algo mais realista, que passasse aos personagens e ao público um temor da próxima cena, uma excitação pelo limite entre a vida e a morte.

É provável que A 5ª Onda seja bem recebida pelo público, principalmente aquele que vai ao cinema apenas mesmo por uma boa pipoca com refrigerante, e algumas cenas de ação. Mas, com seu roteiro fraco, atuações insossas e produção desleixada, é provável que o filme tenha o mesmo fim que seus “irmãos” A Hospedeira e O Doador de Memórias e fique apenas nesse primeiro mesmo. Isso mostra que talvez seja a hora de se apostar em originalidade, boas histórias, ou, pelo menos, livros mais interessantes para se adaptar.

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