Cinema e tecnologia já estão andando lado a lado há algum tempo no cinema hollywoodiano. Seja por cinebiografias envolvendo personagens importantes ou por ótimos filmes de ação que trabalham com temáticas envolvendo hackers, robôs ou até mesmo uma evolução como em Matrix, o tema sempre acaba conseguindo um espaço interessante dentro do mercado e chamando atenção de um público cada vez mais diversificado. Afinal, em um mundo cada vez mais computadorizado, os roteiros também vão aprendendo por vezes a encontrar um ponto em que apresentam a realidade. E de tal forma, o filme Hacker conseguiu exatamente pegar o contexto em questão. Agora, sem tanta badalação, o título chegou ao mercado home vídeo.
Nicholas Hathaway (Chris Hemsworth) é um ex-prisioneiro que é também um gênio da informática. Liberado pela polícia para auxiliar em uma investigação, ele então começa a participar de uma emboscada a uma rede de criminosos que estão utilizando um código já conhecido pelo mesmo. E assim, no meio desta investigação que conta com parceria entre americanos e chineses, o mesmo vai se envolvendo cada vez mais pessoalmente e em busca da sua liberdade, cruzando o mundo em uma caçada que o faz viajar a Chicago, Los Angeles, Hong Kong e Jacarta.
O roteiro do filme já começa exatamente apresentando toda a situação ao seu espectador, com uma narrativa que aos poucos vai se mostrando bem estruturada e apresentando os seus personagens no decorrer das cenas seguintes. E assim, com uma ideia situada em ataques cibernéticos, a produção vai ganhando sua estrutura definida em uma abordagem que também é mesclada com o gênero ação. O roteiro no entanto, mesmo que bem estruturado inicialmente, começa a passar por oscilações em certos momentos e faz com que o interesse vá sendo diminuído e sendo recuperado em outros. Além disso, fica também evidente que pelo que foi trabalhado, a direção não conseguiria salvar o título em momentos assim. Com isso, é claro, pontos negativos e qualidades da produção vão sendo expostas com o passar das cenas.
Por sua vez, o elenco de todo o projeto pode ser considerado um dos seus pontos altos, já que vão aos poucos apresentando uma química de tela correspondente ao quanto os personagens vão se conhecendo e apresentando evoluções em suas convivências. Entretanto, é em Hathaway (Chris Hemsworth) que todo o destaque acaba centrado, já que o mesmo está tentando sua liberdade em uma única cartada e acaba se envolvendo mais do que o esperado com a evolução de toda a situação. Além disso, todos os acontecimentos vão começando também a se mostrar como um grande desafio para o Hacker e ele vai testando assim os seus limites em busca de respostas.
Neste ponto envolvendo desafios, perguntas e soluções, o projeto consegue chamar atenção até certo ponto, As determinações dos personagens são bem usados, assim como boa parte do mistério mostrado. As falhas aparecem mesmo quando o roteiro passa por momentos de calmaria e envolvimento entre personagens, tirando um pouco do foco no que era de fato interessante ser apresentado e deixando a trama um pouco mais lenta. Além disso, a falta de mais reviravoltas do que as que acontecem também causam certos incômodos. Em si, o projeto tem apenas uma grande mudança, proporcionando perdas e descobertas, para assim fluir com mais facilidade e determinação.
O que mantém mesmo a atenção do espectador é o interesse pela resolução do que está acontecendo e sua temática, mas falta aquele vilão mais marcante para os personagens e com convicções que causem ainda mais impacto em descobertas. E com a ausência destes pontos e mesmo passando por alguns problemas para sua evolução, Hacker torna-se apenas um bom entretenimento para quem gosta do gênero e já espera um final sem grandes surpresas.