HOMEM-FORMIGA | CRÍTICA

Classificação:
Bom

Homem-Formiga pôsterE continua a Marvel em seu intento em construir com êxito sua hiper-franquia ligada ao Projeto Vingadores. A cada filme que é lançado percebemos que o hiperlink que é construído, com ligações precisas do roteiro, caminha para que esta aventura termine com absoluto sucesso. Com este pensamento, Homem-Formiga chega aos cinemas com uma pegada menos obscura que caracterizou a segunda fase do projeto (que terminou com Os Vingadores: A Era de Ultron), para voltar ao teor cômico e à ação em sua melhor concepção. Porém, é apenas o primeiro filme do herói.

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Hank Pym (Michael Douglas) é um gênio bilionário do mundo científico que, a alguns anos atrás inventou um traje que tinha a capacidade de alterar a densidade atômica do corpo de um ser humano, ou seja, fazê-lo encolher e aumentar. Quando seu ex-aprendiz Darren Cross (Corey Stoll) assume a empresa e decide tentar copiar seu invento para vender a fins escusos, Pym escolhe o loser Scott Lang (Paul Rudd), que havia roubado seu traje por engano, para ser o Homem-Formiga e parar os planos de Cross.

Pode até parecer que Homem-Formiga seja um filme menor do projeto Vingadores da Marvel, primeiro pelo fato de o herói pegar “o bonde andando”, após muitas outras investidas do estúdio terem se tornado sucessos retumbantes. Segundo, por não apresentar a mudança na narrativa que a segunda fase apresentou, com discursos mais incisivos e uma dualidade evidente na condição de herói de Tony Stark, Steve Rogers e Cia. Porém, o roteiro de Adam McKay e Paul Rudd (sim, o protagonista) trabalha de forma que alguns dos fundamentos dos primeiros filmes não sejam totalmente mantidos.

A principal delas é a condição de fracassado de Scott Lang, que diferente dos outros Vingadores não possui algo extraordinário que justifique sua condição. Ele não é um super-agente, um super-soldado, super-cientista ou um bilionário extremamente inteligente. Na verdade, o herói da vez é alguém comum, que é movido apenas pela vontade de ser alguém que seja capaz de dar orgulho a sua filha. Talvez isso justifique a opção por colocar Hank Pym já como o seu mentor, e não como o herói. Ou seja, é a parte do projeto que tem o poder de despertar o lado imponente que cada um tem dentro de si, o fator humano que A Era de Ultron quis enfatizar.

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Isso tudo também permitiu que o humor seja bem maior que nos últimos longas. As tiradas são impagáveis e a presença do trio de bandidos paspalhões amigos de Lang (liderados pelo ótimo Michael Pena) traz um frescor em meio a ação frenética e o uso em alta escala de efeitos visuais. Tudo bem que a direção de Peyton Reed consegue equilibrar com o humor já citado (o diretor é oriundo das comédias escrachadas), mas falta mais experiência em tornar os confrontos, principalmente no trecho final, algo tão grandioso como é nos outros filmes do estúdio. Ficou tudo bonitinho e engraçadinho, mas sem o torpor das grandes sequências.

Seja pela escolha do veterano de comédias Paul Rudd, seja pela pegada amena no teor narrativo, Homem-Formiga não conseguiu mostrar exatamente o que podemos esperar da fase 3 da Marvel Studios no cinema. Entretanto, o estúdio segue impecável em fazer suas ligações coerentes na construção do hiper-texto que continuará aparecendo ao longo de outros títulos. E, se não agradar pela falta de pegada dos filmes anteriores, ao menos irá instigar o público com ação e humor de qualidade. E mesmo assim, ainda vale lembrar que o personagem estará em Capitão América – Guerra Civil. Que venha o próximo!

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