Por: Leandro Bazaglia
Quando falamos em dramas policiais, True Detective realmente consegue surpreender pela criatividade da trama e roteiro diferenciado apresentado em seu primeiro ano. Agora, na segunda temporada desta tão aclamada série, encontramos personagens bem diferentes uns dos outros, mas que acabam se conectando direta ou indiretamente com um caso de assassinato. Entra a narrativa contínua e saem os flashbacks, sendo que tal decisão faz com que a série torne-se muito mais dinâmica e diferente da primeira temporada.
O diretor Justin Lin (da franquia The Fast & The Furious, Star Trek Into Darkness), nos primeiros episódios da segunda temporada, cria um clima que faz com que o espectador sinta grande ansiedade em assistir os capítulos seguintes, pois acaba sempre deixando cenas polêmicas no ar ao final de cada capítulo da série. O roteiro é bem elaborado e mais direto que o da primeira temporada, com diálogos esbanjando sarcasmo e melancolia.
Alguns detalhes mais técnicos ficam por conta de muitas tomadas aéreas da cidade de Los Angeles, que são utilizadas como passagens entre cenas, mostrando assim um clima mais atual e frenético das grandes cidades. Além disso, elementos cenográficos e corporais de atores são muito bem utilizados em transições de cenas, caracterizando uma edição confortável e muito fluída. A fotografia não impressiona, porém os aspectos de iluminação são ressaltados entre cenas alaranjadas para grande parte dos diálogos em ambientes internos, e azuis para grande parte das cenas mais corridas e agitadas.
O detetive Ray Velcorso(Collin Farrel), possui um temperamento explosivo e impulsivo, tendo sua lealdade dividida entre os chefes corruptos do departamento de polícia o qual ele pertence e a máfia a quem recebe dinheiro. Frank Semyon(Vince Vaughn), é um ex-criminoso e empresário que corre um constante risco de perder todo o seu império, aparentemente ele parece contido com sua situação, mas nada o impedirá de fazer de tudo para proteger seus interesses. Ele está sempre recebendo apoio incondicional de sua fiel esposa Jordan(Kelly Reilly), fazendo com que ele consiga permanecer mais seguro em sua angustiante situação.
Contudo, a grande força feminina é realmente expressada pelas mãos da detetive linha dura Ani Bezzerides(Rachel McAdams), cuja ética inabalável a colocará em situações desconfortáveis com seus parceiros de trabalho, tendo também que lidar com problemas pessoais que a seguirão esporadicamente, Elvis(Michael Irby), parceiro de Bezzerides, tenta frequentemente ajuda-la com as investigações de um assassinato de alguém que se torna uma peça chave na série, envolvendo muitos conflitos de interesses relacionados a trama. Paul Woodrugh (Taylor Kitsh), é um veterano de guerra e oficial de patrulha da Califórnia que é atormentado por um passado nebuloso e por escândalos que nunca aconteceram, essa situação acaba-o deixando a ponto de explodir, obrigando ele a encontrar um rumo correto em sua vida infeliz.
O grande destaque da série caracteriza-se pela excelente edição dinâmica e por algumas cenas de violência em que alguns protagonistas encabeçam primorosamente. Diálogos sarcásticos e bem humorados, também estão sempre presentes entre reflexões e assuntos quase sempre que depressivos, relacionados com todos os principais personagens. A trilha sonora tema da série, interpretada por Leonard Cohen(Nevermind), também leva seu bônus pelo e caráter sombrio, assim como todas as outras trilhas de passagem, que possuem as mesmas características, que aguçam as emoções dos espectadores.
A segunda temporada estreia em 21 de junho, às 21h, pelo canal HBO e com exibição simultânea nos EUA e Brasil.
