
Na trama, após os eventos envolvendo sua família, agora a vida de Bryan Mills (Liam Neeson) está caminhando com a de um cidadão comum e ele aos poucos vai se reaproximando de Lenor (Famke Janssen). Entretanto, quando uma reconciliação parecia possível, ele encontra sua ex-esposa morta em sua casa e sua vida acaba virando completamente para baixo. Agora, consumido pela raiva, e perseguido por um inspetor da polícia (Forest Whitaker), Mills deve confiar em sua “super habilidade” mais uma vez para encontrar os verdadeiros assassinos, limpar o seu nome, e proteger a única coisa que importa para ele – sua filha (Maggie Grace).
Quando o primeiro filme da franquia estrelada por Neeson surgiu ele chamou atenção por vários motivos, começando pelo ator e seu enredo. É claro que muitos projetos envolvendo sequestros de familiares já foram desenvolvidos dentro do gênero de ação, mas Busca Implacável era interessante por envolver questões como turismo, corrupção, máfia e tráfico de humanos em um único roteiro. Se não bastasse, as cenas eram alucinantes e mostravam um personagem altamente treinado em busca de salvar a sua filha. Além disso, tinha todos os elementos para dar certo, fazendo assim com que o caísse no gosto do público por saber como utilizar características comuns ao seu favor e modificá-las da forma necessária para um melhor desenvolvimento dentro das suas perspectivas.
Uma melhor funcionalidade foi explorada por isso e a continuação acabou realmente acontecendo. Contudo, limites para projetos também acabam chegando em certo momento. Seguindo a mesma fórmula dos seus dois primeiros capítulos, com apenas poucas modificações, o terceiro longa-metragem não consegue alcançar o mesmo impacto encontrado anteriormente. Todos os aspectos causam influência neste caso, seja uma direção mais agitada e tremida do que deveria que acaba incomodando em certos momentos, uma troca na abordagem ao sair do sequestro para a morte ou, até mesmo, em furos que podem vir de uma frase dita lá no começo de tudo. Sim, existe um buraco que vem exatamente da produção original. E olha, por envolver as investigações de Mills, o seu talento e sua clara percepção, acaba chamando muita atenção para quem gosta do gênero e não esperava um escorregão assim.
A verdade é que o projeto ficou cansativo. O início é até interessante, parece envolver algo mais profundo e misterioso, fica aquela torcida para não ocorrerem certos fatos ou existir algo mais. Contudo, o decorrer da trama acaba inserindo muitos elementos e proporcionando reviravoltas óbvias que vão transformando o terceiro capítulo da trilogia em uma grande decepção. Além disso, são tantos filmes dentro do estilo estrelados por Liam Neeson que ele já parece estar no automático em certo ponto.
E mesmo assim, com tantos erros, uma coisa é certa: Busca Implacável 3 ainda é um filme de ação que merece ser reconhecido exatamente por ser alucinado e focado nisso. Existem erros, o desenvolvimento é bem fraco, falhas fazem parte da composição do roteiro, mas as perseguições e cenas de ação ainda chamam atenção do espectador para o gênero imposto. É uma verdadeira corrida, ainda mais agora que o personagem em questão está sendo caçado. Frases de efeito também acabam sendo parte do longa, como por exemplo o “Boa Sorte” dito ao telefone. Além disso, mesmo com o foco sendo em pai e filha através da relação deles, o personagem de Forest Whitaker consegue chamar atenção por conta de sua perseverança na perseguição imposta.
É claro, fica chato ver algo que surgiu de forma excelente decair tanto e chegar em um nível cheio de falhas e incômodos causados por sua mudança. Contudo, são as características do título e as suas ações que acabam criando o fôlego para ir até o final. Após todas as possibilidades exploradas e muitas desgraças em sua vida, talvez Bryan Mills descanse e fique a lembrança de que foi um projeto que não terminou em alto estilo, mas que valeu a pena acompanhar pelo entretenimento proporcionado.





