Nos últimos anos o mundo cinematográfico tem acompanhado um grande crescimento nos filmes de heróis. O conceito criado pela Marvel e sua linha temporal chamaram atenção, criando uma grande febre em torno do estúdio e seus personagens. Entretanto, espaços para outros formatos e abordagens sempre surgiram. Entre eles está o conceito da animação, que passou por uma grande revolução com a chegada da Pixar com o seu Toy Story. O tempo passou, mas esse apenas cresceu e outros estúdios foram formados para desenvolver um projeto parecido, até mesmo dentro da própria Disney. Agora, chega o momento em que a sétima arte presencia o encontro desses dois formatos e abordagens, com uma mistura que possuí o título de Operação Big Hero.
Hiro Hamada (voz de Ryan Potter) é um garoto prodígio que, aos 13 anos, criou um poderoso robô para participar de lutas clandestinas, onde tenta ganhar um bom dinheiro. Seu irmão, Tadashi (voz de Daniel Henney), deseja atraí-lo para algo mais útil e resolve levá-lo até o laboratório onde trabalha, que está repleto de invenções. Hiro conhece os amigos de Tadashi e logo se interessa em estudar ali. Para tanto ele precisa fazer a apresentação de uma grande invenção, de forma a convencer o professor Callahan (James Cromwell) a matriculá-lo. Entretanto, aprovado no teste, as coisas não saem como ele imaginava e Hiro, deprimido, encontra um auxílio inesperado através do robô médico inflável Baymax (voz Scott Adsit), criado pelo irmão.
Pela própria concepção a animação já é ousada. Para começar, a cidade em que tudo é situado não existe. Na verdade, é uma mistura de San Francisco e Tóquio, chegando ao nome final de San Fransokyo. Além disso, desde os primeiros conceitos e momentos, é visível a mistura dos dois gêneros que acabaram culminando no filme em questão. Na verdade, o grupo é um projeto da Marvel voltado para o mercado do Oriente, até agora. Com a mistura da animação e uma pegada no estilo super-herói, a trama apresenta potencial para virar uma grande febre em todos os conceitos.
O roteiro e sua narrativa já apresentam questões comuns do seu mercado de origem, abordando em si um supergrupo, não apenas um nome solitário. Nada de reuniões para grandes projetos, já que ele tem uma composição que lembra o estilo super sentai. Entretanto, com uma narrativa bem construída através de sua direção e dos detalhes apresentados da sua trama, a pegada fica claramente mais voltada para o estilo americano de heróis. A trilha sonora também é outro conceito importante, ditando o ritmo das batalhas. Além disso, os efeitos e os traços de toda sua concepção chamam uma grande atenção na composição da imagens. Exatamente pela mistura, é diferente de tudo.
Contudo, nem apenas de conceitos e técnicas vive qualquer título. Neste caso, os personagens também precisam apresentar um carisma ou identificação com o público. Com isso, nenhum deles é parecido um com o outro. Cada membro do grupo tem sua composição, diferenças e detalhes em suas características emocionais e cotidianas. Para completar, ainda existe aquele de grande destaque, o que pode gerar simplesmente e comoção geral, ganhando destaque mesmo que não seja o principal. É claro, isso cabe ao robô BayMax.
É de fato incrível ver todo o desenvolvimento de Operação Big Hero. Seus personagens se encaixam, enquanto BayMax rouba cenas completas pela sua personalidade. Ele é o elo entre momentos carismáticos e verdadeiras batalhas. Além disso, no meio de tantos nomes, o projeto ainda consegue utilizar as duas linguagens no momento certo, tento até mesmo concepções básicas de animações e filmes de heróis. A amizade se faz presente como no primeiro, enquanto grandes batalhas e perseguições são mostradas para o segundo. É uma questão de descobrimento dentro de um título que contém todos os aspectos necessários, com personagens carismáticos e momentos aplicados de forma correta. Mais uma vez, a Walt Disney Animation acerta dentro dos detalhes e sabe como prender a atenção do seu público. De tal forma, não é por acaso que Operação Big hero é o novo hit do estúdio, assim como merecedor da estatueta conquistada na categoria de Melhor Animação no Oscar. Um projeto completo, com todas as melhores características que o estúdio pode oferecer ao seu público.
E claro, ainda existe uma cena pós-crédito com uma homenagem ao lendário Stan Lee. Ele pode até não ter sido o responsável pela criação do grupo, mas por ser um projeto adaptado da Marvel é mais do que merecido.