As particularidades de “Assassinos da Lua das Flores”, novo filme de Martin Scorsese

Filme estreou nos cinemas brasileiros em 19 de outubro e traz a versão Osage do massacre sofrido por este povo nativo norte-americano

Assassinos da Lua das Flores
Divulgação

Taxi Driver, Os Bons Companheiros, O Cabo do Medo, O Lobo de Wall Street, O Irlandês. Estes são alguns dos grandes sucessos de um dos maiores diretores de Hollywood de todos os tempos. De estilo único e inconfundível, Martin Scorsese coloca mais um trabalho em sua extensa filmografia: “Assassinos da Lua das Flores” foi lançado nos cinemas do mundo todo e conta com grande elenco.

O diretor, que recentemente completa 80 anos, dos quais mais de 50 dedicou à sétima arte, inspirou-se em um best-seller publicado por um jornalista americano. A obra relata a história real e cruel do massacre do povo nativo americano Osage, para contar sua história com todo o potencial de se tornar um mais um grande épico.

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Antes mesmo de sua estreia mundial, o longa de mais de 3 horas de duração já havia sido exibido e muito bem recepcionado num dos mais respeitados festivais de cinema do mundo, o Festival de Cannes. Ao lado de Scorsese, estavam Leonardo DiCaprio e Robert De Niro, dois dos atores do filme — que geralmente sempre estão no elenco dos longas do diretor.

Leo DiCaprio faz Ernest Burkhart, um homem apaixonado por uma nativa Osage, vivida por Lily Gladstone. Já De Niro interpreta William Hale, um homem poderoso interessado no petróleo que existe na terra indígena. A presença do recurso natural nestas terras motivou um grande massacre na década de 1920, que inclusive teve auxílio governamental.

As motivações de Scorsese para rodar o longa

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Para Scorsese, sua motivação para gravar o filme seria para mostrar como alguns americanos “eram capazes de racionalizar a violência”. A investigação das dezenas de assassinatos cometidos contra os nativos — que teriam sido motivados por petróleo — começou no FBI, onde o autor do livro, David Grann, trabalhou. Os nativos eram simplesmente executados, envenenados ou desapareciam sem deixar rastros.

Somente em 1926 a agência de inteligência americana, que até então se chamava somente Bureau of Investigation, ou BOI, chegou aos culpados e financiadores dos crimes contra os nativos. Quem liderou as investigações foi o até então desconhecido J. Edgar Hoover, que mais tarde seria o primeiro diretor do FBI, cargo que ocupou por quase 4 décadas.

Cenários reais para dar o tom exato do que foi o massacre

As filmagens foram rodadas em pleno território Osage. Scorsese não escondeu desde o começo das gravações seu desejo de fazer justiça com o povo. Inclusive, ele fez alterações no roteiro até o último minuto de gravações, para deixar bem claro de que se tratava de um filme com um lado, o dos indígenas. Uma curiosidade é de que ele e seu corroteirista reescreveram todo o roteiro, visto que o anterior estava pendendo demais para os brancos.

Scorsese também se consultou com o povo Osage, para colocar o olhar indígena à frente e não cair em racismos ou ideias erradas sobre o povo nativo americano. A comunidade Osage acabou por influenciar bastante a visão do diretor, que acatou e mudou muito do que o diretor tinha em mente num primeiro momento.

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O amor de Mollie Burkhart (Lily Gladstone) e Ernest (Leo Di Caprio) foi retratado fielmente a pedido de seus herdeiros. Ela, nativa da tribo Osage, é a personagem principal do livro-reportagem que inspirou o filme e foi determinante na resolução dos crimes. Durante os anos de crimes, teve quatro familiares mortos. O próprio povo da aldeia foi a Washington cobrar a solução dos crimes na época e tiveram que pagar 20 mil dólares pelo “incômodo”.

Relação real e conturbada dos protagonistas é retratada fielmente

Leo DiCaprio faria o papel do investigador J. Edgar Hoover para solucionar os crimes. No entanto, o próprio ator achou que isso tornaria o papel, feito por uma pessoa branca, muito em evidência. Logo, ficou com o papel de marido de Mollie, que é também sobrinho de um grande proprietário de Oklahoma, onde está situado o território Osage. O papel do agente ficou com Jesse Plemons.

A relação de Mollie e Ernest era apaixonada e conturbada ao mesmo tempo. Tiveram quatro filhos ao todo, sendo a morte da mais nova retratada no longa. Porém, o veterano de guerra vivido por DiCaprio envolve-se no plano do tio para roubar a terra indígena e, inclusive, envenenar a própria mulher.

Grande revelação feminina de Hollywood quase desistiu de carreira

Lily Gladstone tem descendência indígena e ficou com medo de perder o papel quando o projeto foi interrompido durante a pandemia de covid-19. Porém, novos roteiros escritos deram a ela uma grande renovação, uma vez que estava com dificuldade em fazer as cenas. Hoje, a atriz é uma das grandes apostas de Hollywood.

Ela recebeu do próprio Scorsese uma chamada de vídeo contando a novidade. Antes disso, a atriz quase havia desistido da carreira para começar um curso de ciência de dados. Foi quando o diretor se impressionou com sua leitura do roteiro e entrou em contato com ela, não tendo dúvida de que ela seria a pessoa ideal para o papel de Mollie.

“O Assassinato da Lua das Flores” é um dos grandes favoritos ao Oscar. Com orçamento de quase R$ 1 bilhão (ou US$ 200 milhões de dólares), o filme foi lançado nos cinemas pela Paramount, e em breve será lançado nos streamings pela Apple TV+.

Confira também: Estas são as estreias esta semana nos streamings e cinema (27/11 até 03/12)

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