Chantal Akerman, cineasta belga bastante aclamada pela crítica e conhecida como pioneira do cinema feminista, ganhou um título digno de sua grandiosidade. Seu filme Jeanne Dielman foi eleito pela revista britânica Sight and Sound como o melhor filme da história, desbancando o antecessor Alfred Hitchcock, com o longa Um Corpo que Cai.
Desde 1952, a revista especializada em cinema é responsável por elencar os melhores filmes de todos os tempos. A seleção é feita a cada dez anos, com base na avaliação e opinião de 1.600 jurados, entre eles jornalistas, cineastas, críticos e técnicos da área. E, pela primeira vez, o longa-metragem de uma mulher chegou ao topo da lista.
O filme Jeanne Dielman foi lançado em 1976 e é conhecido como a primeira grande obra feminina da história do cinema. Com a linguagem da pós-nouvelle vague, o filme acompanha três dias na vida de uma viúva em Bruxelas. Estrelado por Delphine Seyrig, o longa possui três horas e 20 minutos de duração, no qual a personagem, considerada solitária e alienada, cumpre sua rotina. Vivendo com seu filho adolescente, Jeanne supera dificuldades, conflitos, e, quando percebe sua vida se degradando, entra em crise.
O filme trouxe muitos questionamentos feministas para a sociedade, e especialistas responsabilizam toda a vivência de Akerman para esse fato. Na década de lançamento, a cineasta viveu em Nova Iorque, quando o movimento feminista estava no auge. Suas experiências foram retratadas no filme, inclusive na escolha da equipe, que foi composta quase que exclusivamente por mulheres, uma raridade para os anos 70.
Mas Jeanne Dielman está longe de ser o único sucesso da carreira de Chantal Akerman. A cineasta nasceu em Bruxelas, em 1950, e foi em 1965, aos 15 anos, que decidiu ser cineasta, após assistir ao filme O Demônio das Onze Horas, de Jean-Luc Godard. Com alguns curtas experimentais na carreira, seu primeiro longa-metragem foi lançado em 1973, na França. Intitulado Hotel Monterey, o documentário é composto por longas imagens do hotel americano.
Filmes como Eu, Tu, Ele, Ela, de 1974, Notícias de Casa, de 1977, e Encontros de Anna, de 1978, se tornaram clássicos de Akerman e são aclamados pela crítica. A cineasta possui ainda filmes bastante conhecidos da década de 90, entre eles Do Leste, de 1993, um documentário que traz a história da Europa Orietal após o fim da União Soviética, e Um Divã em Nova Iorque, de 1996, ficção que traz a história de um analista nova-iorquino e uma jovem parisiense com destinos cruzados ao acaso.
Sua carreira também foi marcada pelo documentário Sud, de 1999, documentário que traz a história de um crime chocante motivado por racismo no Sul dos Estados Unidos, onde James Byrd Jr. foi espancado e teve seu corpo arrastado pelo asfalto do Texas.
Ao fim de sua vida, Chantal Akerman sofria de depressão e passou períodos internada. A cineasta faleceu em 2015. Seu último trabalho, lançado no ano de sua morte, Não é Um Filme Caseiro, é um documentário sobre sua relação com sua mãe, a qual Chantal admitia ser o centro de suas obras.
Com uma carreira de sucesso, Chantal Akerman possui filmes para diversos estilos e gostos. Seus longas dramáticos, documentários ou curtas experimentais agradam desde cinéfilos até leigos no cinema. Para aproveitar o momento e assistir a seus trabalhos, vale preparar uma pipoca ou mesmo abrir um delicioso Chardonnay.
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