Control | Loucura sem controle

Com gameplay excelente, título derrapa na narrativa

Control foi anunciado durante a E3 2018, na conferência da Sony, uma das mais badaladas daquela feira. Desenvolvido pela Remedy Entertainment, o título representava também a recente quebra de exclusividade da Microsoft com os jogos da empresa, que havia publicado Alan Wake e Quantum Break para Xbox One e PC, deixando de fora o PlayStation.

Pois bem, mais de um ano se passou e finalmente tivemos acesso ao título. Control só chega ao público amanhã, mas o Jornada Geek recebeu o jogo da 505 Games e traz todos os detalhes de um dos lançamentos mais aguardados do ano em mais uma análise! Vem com a gente!

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O quê que eu tô fazendo aqui?

A primeira coisa que você vai notar ao começar a jogar Control é que a protagonista, Jesse Faden, mal sabe o que está fazendo ali. E eu acho que isso é parte da loucura que a Remedy quer contar na narrativa do jogo. Você é a nova diretora da “Federal Bureau of Control”, uma agência secreta que ninguém sabe onde fica e você chegou ali graças à uma voz, que te guiou ao local.

Bom, se só isso não te deu uma confusão na cabeça, a situação tende a piorar. A agência é um local que foi tomado por uma força oculta e deixou as pessoas (ou coisas) que ali estavam sem controle (perdão pelo trocadilho) por conta de algo chamado “O Ruído”. No papel de Jesse, você encontra o antigo diretor do local com uma bala na cabeça em um aparente suicídio. E a “arma de serviço” te escolhe como a nova diretora. Essa arma tem uma característica interessante: você não precisa encontrar balas para recarregá-la, mas sim, esperar que ela esfrie.

Control - E3 2019
Jesse Faden é a protagonista da história de Control (Foto: Divulgação)

Enquanto avança na história, os jogadores vão encontrar sobreviventes do que quer que tenha acontecido naquele local. Esses sobreviventes muitas vezes lhe dão dicas do que fazer e para onde ir e, embora Control tenha aspectos lineares, o título permite escolher para onde partir após determinada parte do jogo, explorando missões secundárias espalhadas pela agência.

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É algo bem similar ao que acontece no novo God of War, então, você pode esperar que a história “não termina quando acaba”, se é que você me entende. Há coisas para se fazer após as missões principais e os desenvolvedores prometem suporte para o game, com lançamento de novos conteúdos, até 2020. 

Control - E3 2019
Emily Pope é uma das personagens que vão lhe dar orientações do que fazer (Foto: Divulgação)

O ganho é no gameplay!

Bom, se a história de Control é um tanto confusa e não decola, o título brilha de verdade é em seu gameplay. O shooter em terceira pessoa entrega elementos bastante variados aos jogadores, até porque não existe aquela cobertura tradicional de outros jogos. Outro elemento é que o combate não é opcional: em determinados momentos, você só avança no mapa, após eliminar todos os inimigos que ali surgirem.

O combate, inclusive, é o grande foco do jogo (dã, é um shooter!). Os jogadores terão uma árvore de habilidades para aumentar elementos de Jesse como o dano e a saúde, além de melhorar as habilidades sobrenaturais que serão adquiridas (como arremessar objetos, um escudo, voar) e o “soco”, que nada mais é do que um forte golpe telecinético aplicado à curta distância. O ponto negativo é que os inimigos oferecem um grau de dificuldade até elevado, principalmente no começo, se levarmos em consideração que mal sabemos o que estamos fazendo ali. 

Control - E3 2019
Explosões absurdas são parte constante do gameplay (Foto: Divulgação)

A arma de serviço, como já disse acima, vai ser sua única companheira em todo o gameplay. Ao concluir missões de história e explorar a agência em busca de itens, você poderá alterar o funcionamento básico dela, que deixa de ser uma pistola comum e pode se transformar até mesmo em uma metralhadora, utilizando modificadores.

Por fim, é importante destacar alguns elementos interessantes: embora os inimigos tenham uma dificuldade maior no começo do jogo, Control traz elementos que facilitam a vida do jogador, como recarregar a energia ao pegar pequenas bolas azuis dropadas pelos inimigos derrotados. Isso serve de um alívio e tanto, em momentos onde você não sabe de onde estão vindo os tiros.

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Control - E3 2019
Um dos chefes bizarros do jogo (Foto: Divulgação)

Pane no sistema

Bom, pontuados os principais pontos de Control, também é preciso ressaltar alguns elementos importantes na parte técnica do jogo. Esta análise foi feita no PS4 padrão, e eu notei quedas de FPS em diversas ocasiões. Bastava o cenário ficar cheio, com várias coisas acontecendo simultaneamente, para que o jogo agarrasse. É um problema que eu já venho falando em outras críticas e infelizmente, tem se tornado constante: aparentemente, os títulos atuais estão sendo pensados apenas para PS4 Pro e Xbox One X, deixando de lado seus irmãos menos poderosos. O que é uma pena…

E Control, mesmo com uma apresentação bonita, é um jogo escuro. Talvez seja parte da arte do título, mas em diversos momentos, ao entrar em ambientes com pouca iluminação, pouco era visto do que havia ali, lembrando até uns jogos de terror. É algo que também merece ser notado, mas que pode ser resolvido ao se balancear o brilho da tela.

Control - E3 2019
Não se engane, os ambientes de Control são realmente mais escuros (Foto: Divulgação)

Veredito

Control é um título com elementos de jogabilidade bem interessantes, embora a história seja algo completamente aleatório. Seus problemas técnicos estraguem um pouco a experiência, mas não podemos deixar de enaltecer que a Remedy consegue criar títulos com ótimos gameplays.

Control | Loucura sem controle

Control será lançado para PlayStation 4Xbox One, e PC, via Epic Games Store, nesta terça, 27 de agosto de 2019, pela 505 Games. No Brasil, as cópias físicas estarão disponíveis oficialmente nas principais lojas do país a partir de 30 de agosto.

*Review elaborado usando a versão de PS4 do jogo. Cópia fornecida pela desenvolvedora.

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Lucas Soares
Lucas Soares
Jornalista e fã de videogames desde criança. Já teve Mega Drive, Game Boy Color, PS1, PS2, PS3, PS Vita, Nintendo 3DS e agora tem PS4, PSVR e PC Gamer. Para ele, o melhor jogo da história é Chrono Trigger, mas Metal Gear Solid 3, Final Fantasy X, Red Dead Redemption 2 e The Last of Us completam o Top-5.

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