Os fãs da franquia Wolfenstein certamente ficaram ansiosos pelo lançamento de Wolfenstein: Youngblood, sobretudo se pensarmos no sucesso de seu antecessor, o The New Colossus, lançado em 2017. A grande novidade é a introdução da ação cooperativa, com as novas habilidades das filhas de B. J. Blazkowicz.
E diante do hype, uma série de questões surgem na cabeças dos jogadores, fãs ou não: o que há de novo? As irmãs Jessica e Sophie e a ação cooperativa deram certo? E diante dessas e outras questões, vale a pena comprar o jogo? Se você está curioso, veio ao lugar certo. Confira mais uma análise aqui, no Jornada Geek!
A história
Wolfenstein: Youngblood se passa 20 anos depois dos eventos de Wolfenstein II: The New Colossus. Nessa espécie de spin-off, as irmãs Sophie e Jessica vão atrás de B. J., que some repentinamente. O seu último paradeiro conhecido é a França, onde a resistência contra os nazistas habita galerias subterrâneas de Paris. Ao que parece, o jogo serve como uma possível introdução para uma terceira parte.
Para situar o caro leitor que não conhece a série Wolfenstein, ela se passa após uma vitória nazista na Segunda Guerra Mundial, abordada de forma brilhante. Nesse mundo onde o nazismo deu certo, é possível ver até os EUA tomados pelos inimigos, onde até mesmo o Klu Klux Klan é um dos aliados dos soldados de Hitler. Em Youngblood, o cenário é uma França tomada pelo nazismo. Mas ainda existe resistência e é aí que as herdeiras de Blazkowicz entram.
O velho e o novo
A primeira observação que qualquer jogador faz ao iniciar a trama de Wolfenstein: Youngblood é: eu já vi isso antes. Sim, os gráficos e toda a mecânica ainda são extremamente semelhantes ao que foi observado em The New Colossus. Não que isso seja ruim, claro, mas a gente acaba sentindo falta de alguma coisa nova ali.
Pois bem, e é aí que entra a grande novidade do jogo, pensada desde 2014 pelas desenvolvedoras: a ação obrigatoriamente cooperativa. Nela, você poderá jogar com um jogador real ou a máquina, tendo diversas ações em que ambas irmãs devem executar juntas. Essa mudança radical, muito bem pensada, aliás, torna a jogabilidade bem legal. Porém, ao jogar com a máquina, confesso ter passado um bocado de raiva. Em vários momentos não fui amparado por ela, mesmo fora de fogo cruzado. Aí fica difícil… Ah, e pra piorar, É IMPOSSÍVEL PAUSAR O JOGO, mesmo offline. Haja coração, amigo.
Algo de errado não está certo
Sinceramente, o jogo lembra muito o antecessor em seu motor gráfico e jogabilidade. Porém, as semelhanças param aí. A história de Wolfenstein: Youngblood não chega aos pés da última aventura de Blazkowicz. Pouco cativante, tem como aspecto positivo a introdução de novos personagens e um excelente trabalho de dublagem em português brasileiro. Fora isso, não me agradou.
Outro ponto é que em diversos momentos minha personagem morria muito facilmente e a inteligência artificial não me ajudava. Pior ainda, em diversos momentos ela facilitava o processo de nossa morte. Em alguns momentos fiquei estressado com isso. O jogo oscila. Em boa parte dos momentos ele é fácil mas, do nada, fica dificílimo, mesmo com todas as habilidades possíveis. Há algo de errado nisso que ainda estou tentando entender.
Mas existem pontos positivos
Como dito anteriormente, existem alguns pontos a serem ressaltados, a começar pela experiência cooperativa. Jogar acompanhado de alguém torna a aventura menos solitária e até mesmo mais fácil. Nesse ponto, trabalhado há tempos pelas desenvolvedoras, podemos perceber que, mesmo tendo diversas repetições, existem progressos interessantes. E isso deve ser ressaltado.
A customização de alguns aspectos das personagens, logo no início também traz uma mudança interessante. Você poderá escolher algumas armas, tipos de armadura e outros detalhes. De fato, ainda são escolhas limitadas, mas é algo bom. A árvore de habilidades e a modificação de armas também seguem sendo muito boas e úteis, sendo até mesmo necessárias para se passar de alguns inimigos mais “teimosos”.
Veredito
Se analisarmos a partir de suas duas filhas e o modo cooperativo, sem sombra de dúvidas, o legado de Blazkowicz está mais firme do que nunca. Aliás, as personagens foram muito bem desenhadas, sendo cativantes. Eu diria que elas mesclam a inocência da juventude com a carnificina tradicional do jogo. E elas vibram com cada morte. Isso é insano demais.
Agora, se observarmos Wolfenstein: Youngblood como um todo, ainda mais o comparando com o seu antecessor, fica faltando algo. Tá, o jogo é bom, mas não passa disso. Tive problemas com alguns bugs e a inteligência artificial, e isso é bastante frustrante. Talvez esses pontos sejam corrigidos logo, mas até lá, não dá pra ser muito otimista. O que fica como grande diferencial é a experiência cooperativa, que pode tornar a jornada menos frustrante. No mais, não há nenhuma outra grandiosa novidade, e isso foi um pouco desanimador.
Wolfenstein: Youngblood foi lançado no dia 26 de julho para PC, via Steam, PlayStation 4, Xbox One e Nintendo Switch e possuí a média de 64 pontos no Metacritic, algo que mostra claramente que algo não saiu como planejado. Pode até ser uma boa experiência para alguns, mas deixa a desejar.
*Review elaborado usando a versão de PS4 do jogo. Cópia fornecida pela desenvolvedora