A série Metro, consagrada no mundo gamer, é bem interessante e conta uma história muito bem elaborada sobre um mundo pós-apocalíptico, onde você encarna Artyom, um jovem personagem que sempre teve o desejo de sair dos túneis de Moscou. E bem, quem jogou os títulos anteriores já deve estar bastante acostumado a andar pelos infinitos trechos dos metrôs de Moscou. Mas em Metro Exodus, o mais novo jogo da saga feito pela 4A Games, a situação muda completamente, e Artyom finalmente descobre o que sempre procurou.
Mas, como em toda continuação, uma série de questões surgem para nós. Conseguirá Metro Exodus manter a qualidade dos títulos anteriores? O enredo será tão cativante quanto os outros baseados no romance de ficção científica do escritor russo Dmitriy Glukhovskiy? Se você está curioso, vem comigo em mais uma crítica do Jornada Geek!
Era uma vez, numa Rússia derrotada em uma guerra nuclear…
Não há como falar de Metro Exodus sem abordar o mínimo da história. Nela, Artyom vive no ano de 2036, onde segue o seu desejo de tentar contato com pessoas fora de Moscou, algo até então desacreditado pelas pessoas que viviam enfurnadas nos caminhos do transporte subterrâneo da cidade. E bem, resumindo os outros jogos, isso acontece por conta de uma guerra nuclear que além de destruir e poluir o ar da Rússia, cria uma série de monstros assustadores que atrapalharão demais a vida do jogador.
E nessa gana de sair do metrô, nosso destemido protagonista descobre uma série de questões que colocam em cheque tudo o que era dito pela população. E sim, há vida fora do buraco. E a partir daí a aventura se inicia, onde o trem Aurora, pertencente ao seu grupo vira uma base avançada no mundo selvagemente monstruoso que os aguarda. Aliás, velhos conhecidos da série estão em Metro Exodus: Anna, a atiradora de elite do grupo e esposa de Artyom, e o Miller, seu sogro, característico pela voz grossa e pernas robóticas, uma espécie de liderança para a turma. Eles, juntamente com os outros personagens, dão voz ao silencioso protagonista.
Jogabilidade e continuidade
Em Metro Exodus, senti o jogo um pouco mais focado em sobrevivência. Isso fica explícito na necessidade de se coletar constantemente itens para se produzir balas (que acabam muito rápido), kits médicos e outros apetrechos. Há também um quê de stealth, mas que em várias vezes acabou dando errado. Os inimigos geralmente estão bem equipados e com capacetes, algo que pode atrapalhar a entrada sorrateira em lugares muito protegidos.
Metro Exodus traz uma excelente ambientação, nos colocando em um país totalmente desolado pela radiação e destruição causadas por bombas atômicas. Carros destroçados, corpos estirados ao chão, ruínas e mutações bizarras que podem ser um grande problema para Artyom. A questão dos horários, por exemplo, é importante para a jornada. Andar de noite possibilita que se ataque escondido mas, por outro lado, aumenta os riscos de topar com criaturas tenebrosas que fazem os barulhos mais sinistros possíveis. Jogar de madrugada dá até um pico de emoção, mesmo com o jogo não sendo focado em terror. E digo isso pelos vários sustos que tomei.
No mais, o jogo segue os padrões dos antecessores, não apresentando nada de genuinamente novo na jogabilidade. Você contará com uma série de apetrechos para medir a radiação; máscaras e filtros para sobreviver nos lugares afetados; um punhado de armas, que podem ser customizadas; lanternas, visão noturna, baterias e tudo o mais que é necessário para sobreviver na superfície. Nesse ponto, Metro Exodus segue bem, inclusive aprimora um pouco mais o que foi feito anteriormente, sem descaracterizar a série.
Porém, no meio disso tudo, acabei percebendo alguns poucos bugs, que devem ser ressaltados. Tive problemas em duas missões que custaram a reconhecer que eu havia cumprido os objetivos, tendo que voltar várias vezes, algo bem chato. Outro ponto é que o jogo parece estar bem mais difícil e real que os anteriores. Morri infinitas vezes. Em algumas delas, por erros bobos da granada bater em uma estrutura invisível e explodir, ou simplesmente por ser atacado por trocentos monstros.
A imersão em um mundo destruído
Saindo da parte da jogabilidade, Metro Exodus entrega gráficos muito belos e uma fidelidade sonora bastante imersiva. Sobre os gráficos, a ambientação geral e os mapas, que são extensos (até demais) e bem bonitos, são o ponto chave. Circular em um mundo bem elaborado como o visto no jogo, podendo explorar alguns pontos, encontrar possíveis recompensas ou até mesmo fazer pequenas missões secundárias é uma oportunidade legal pra quem tem paciência e deseja platinar.
Já o áudio, muito bem executado em 360º, auxilia por demais na hora de lidar com ameaças em lugares escuros. E isso até com fones mais simples. Esse tipo de imersão fica ainda mais legal em meio a ataques vindo de todos os lados, onde os inimigos gritam e atiram sem parar. A sensação de guerra é assustadora. Porém, perde para os grunhidos bizarros dos vários capirotos que surgem do meio do mato, ou de bolas de eletricidade que atordoam o nosso caminho.
Outro aspecto que me irritou bastante foi a demora das telas de carregamento do game. Se eu, que jogo em um PlayStation 4 Pro, senti incômodo, fico pensando nos companheiros que utilizam a versão mais simples do console da Sony. Em alguns momentos, contei até 6 minutos para abrir o mapa pela primeira vez, enquanto para retornar quando morremos, pode chegar a 1 ou 2 minutos. Aí fica difícil!
Veredito
Metro Exodus segue bem o que os seus antecessores fizeram, e isso é muito bom. Subir para a superfície não descaracterizou o jogo em momento algum, algo que poderia ter facilmente acontecido. O sistema de customização das armas é bem legal, mesmo que seja ainda um pouco limitado. Ele permite uma infinidade de possibilidades e se encaixa bem na proposta de um mundo pós-apocalíptico. Aliás, sobre esse quesito da arma, lembre-se sempre de fazer a manutenção da sua! É frustrante estar no meio do tiroteio e ver a arma emperrar – e acredite, isso acontece muito!
Fora os bugs, que frustraram um cado minha jornada, e a dificuldade em alguns momentos, o jogo é divertido e consegue trazer uma boa imersão na ideia, mesmo que ela pudesse ser muito mais bem executada. Mas isso acontece. Para os fãs da série, vale a pena acompanhar a continuação. Para quem é novo, digo o mesmo, embora seja muito melhor saber dos eventos anteriores. Cravando, Metro Exodus é um bom jogo, mas deveria ter um “algo a mais”. O game foi lançado na última sexta-feira, 15, para PC, via Epic Games Store, Xbox One e PlayStation 4. No Metacritic, a versão utilizada para testes teve a média de 80 pontos, mostrando que embora tenha feito o dever de casa, o jogo não é um dos melhores FPS dessa geração.
*Review elaborado usando a versão de PS4 do jogo. Cópia fornecida pela desenvolvedora.