Phantom Doctrine | De qual lado você estará?

Inspirado e tão bom como XCOM

Jogos que abordam a dicotomia da Guerra Fria geralmente são tendenciosos demais. Os gamers, talvez por pouco conhecimento histórico ou até mesmo pelo êxito da propaganda anticomunismo feita desde então (não digo isso com o intuito de defender um lado, de forma alguma), acabam por tomar a ficção como “verdade”. Mas a História não funciona assim e existem muitos aspectos importantes a serem analisados, não existindo o lado “certo” e o “errado”, ainda mais em um período onde a tensão mundial era tão latente.

Phantom Doctrine, jogo de estratégia em turnos (muito semelhante a série XCOM), se baseia nessa polarização. Os jogadores poderão escolher entre KGB e CIA para definir o que fazer. Lançado para PC, via Steam, Xbox One e PlayStation 4, o título traz pitadas de RPG e estratégia.

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Será que há algo de novo em Phantom Doctrine que o diferencie dos demais jogos de estratégia em turnos, ou ele é só mais um título com um pano de fundo histórico intrigante? Vem comigo e descubra mais do jogo em mais uma crítica do Jornada Geek!

Um período conturbado

Phantom Doctrine é um thriller de espionagem bastante interessante, que busca mostrar que não existe lado bom ou ruim por debaixo dos panos do mundo dos espiões. Tanto KGB quanto a CIA cometeram crimes bárbaros e isso pouco é falado. No jogo, a trama pega justamente o período mais acirrado da Guerra Fria, em 1983, quando quase aconteceu uma guerra nuclear. Pense no risco de uma guerra desse porte para o mundo. Pois é, seguindo a dicotomia apresentada no jogo, ambos os países contavam com armamentos nucleares e o nome “Guerra Fria” não foi dado à toa.

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Na calada da noite (ou até debaixo de sol mesmo), espiões agiam o tempo todo, e o jogo de xadrez estava montado. Talvez o jogo não deixe isso tão explícito, embora conte com cutscenes interessantes, mas vale saber pelo menos um pouco do que acontecia na época.

Phantom Doctrine
Como o jogo funciona. (Foto: Divulgação)

Todo risco deve ser calculado

Falar da jogabilidade de Phantom Doctrine é quase a mesma coisa que falar de XCOM, distinguindo-se apenas os adversários: ao invés de alienígenas, são homens fortemente armados. Mas, no geral, o jogo conta com as características táticas bem interessantes. Há uma necessidade em se reconhecer territórios e preparar bem o terreno para que os agentes consigam agir com o mínimo de baixas possível. O que posso sugerir (mesmo não sendo o maior fã) é agir na surdina e evitar alertar os outros inimigos. Bem, até aqui, nada de novo, não é mesmo?

E isso segue. A forma com a qual os agentes utilizam as coberturas dos cenários é bem simples e ajuda um bocado a se defender dos pipocos rivais. E acredite, eles irão pra cima tentando te derrubar. Diferentemente de alguns outros títulos, o sistema de precisão de tiros não é feito em porcentagem, mas em níveis de dano, contando com um mínimo e um máximo que varia de acordo com as habilidades do agente, posicionamento e arma. A gameplay, no geral, funciona muito bem e quase não observei bugs ao longo das horas jogadas. Ah, e vale ressaltar que o jogo é DIFÍCIL. Ou seja, habitue-se a perder agentes ou a até mesmo a salvar várias vezes para não correr nenhum risco.

Phantom Doctrine
A variedade de armamentos e um pouco mais dos menus. (Foto: Divulgação)

Gráficos e alguns outros pontos

É perceptível em Phantom Doctrine que o seu objetivo não é dar ênfase aos gráficos. Mas eles também não são mal feitos. Considero como algo que funciona muito bem para o estilo e particularmente isso já basta. Se a jogabilidade também fosse ruim, aí esse ponto seria ainda mais evidenciado. Mas não é o caso aqui.

Gerir uma equipe tática toma um pouco de tempo e chega até a ser meio chato, mas é necessário para o sucesso dentro das missões. Como um RPG, você poderá aprimorar habilidades e, consequentemente, ter uma equipe mais preparada para os desafios.

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Phantom Doctrine
Os momentos mais emocionantes do jogo. (Foto: Divulgação)

Um ponto que gosto muito, advindo talvez de XCOM, é quando a ação acontece e a câmera se aproxima dos personagens, trazendo um pouco mais de imersão para a ação um pouco parada dos jogos de turnos.

Os efeitos sonoros e as dublagens são muito bacanas. A desenvolvedora até se arriscou em fazer alguns curtas para divulgar o título. E olha, ficaram bem bacanas. Os atores mandam realmente bem e merecem aqui o reconhecimento. Ainda mais quando tratamos de um jogo indie. Aliás, quanto mais conheço desenvolvedoras menores, mais me surpreendo com as múltiplas possibilidades de jogos além do universo dos AAA.

Veredito

No quesito história, Phantom Doctrine já havia me chamado bastante a atenção. Um período tão conturbado quanto a Guerra Fria é ainda muito pouco abordado pelo universo gamer e, quando é feito, trata a temática de forma completamente rasteira, deixando a ação a cargo. Aqui, o jogo conta com um pouco mais de profundidade, mas é até compreensível que as desenvolvedoras não se enfiem muito nos detalhes. Isso pode até mesmo tirar a liberdade criativa. E bem, jogos são narrativas ficcionais.

Nota ótimo

Phantom Doctrine tem uma média de 73 pontos no Metacritic, sendo uma nota bem positiva para um jogo de baixo/médio orçamento. Para os fãs da espionagem ou jogos de estratégia com um pano de fundo histórico, é uma das melhores – senão a melhor – opção. O título está disponível com preços variando entre R$ 75,49 e R$ 122,90.

*Review elaborado usando a versão de PC do jogo. Cópia fornecida pela desenvolvedora.

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