Ao começar a jogar This is the Police 2, confesso que fui surpreendido. Eu, que nunca tinha ouvido falar sobre o título (e, portanto, nunca jogado a primeira versão, feita em 2016), esperava um jogo indie morno. Porém, a Weappy Studio surpreende, trazendo um enredo digno de um seriado policial.
Se você é fã de jogos que exigem decisões difíceis, de estratégia em turno e um bom enredo, fica ligado em mais uma crítica do Jornada Geek!
Um título ousado
Como dito no início dessa crítica, This is the Police 2 é surpreendente. Mesclando um enredo muito bem escrito, com cutscenes longas que, em alguns momentos, parecem com HQs, o jogo já impressiona. Suas artes são muito bonitas e chega a dar dó passar por alguma cena sem parar pra analisar detalhadamente a história. Logo de cara, posso dizer que esses são os aspectos mais incríveis do jogo e que merecem ser ressaltados. Bom trabalho, Weappy Studio!
A história do jogo se passa dois anos depois do primeiro título, trazendo de volta o policial durão Jack Boyd, que segue comendo o pão que o Diabo amassou, agora na cidade de Sharpwood. O drama é um aspecto forte aqui, e as ações que o jogo trazem demonstram uma atenção muito consistente entre história e jogador. Por exemplo, logo no início, o protagonista se vê tendo de responder questões sobre seu divórcio, onde o player vai criando todo um enredo para o complexo protagonista. Questões morais são constantemente exploradas – e isso é muito bom.
Agora, a ação está com você
Se em This is the Police você deveria apenas gerenciar seus comandados, aqui a situação vai um pouco mais além. Em This is the Police 2 você terá de cuidar pessoalmente de algumas delas. Isso nos coloca dentro do dia-a-dia de uma delegacia de polícia que encara uma série de chamados que vão desde crimes, que são resolvidos através de investigações em que o próprio jogador vai encaixando as peças (quase que literalmente), a ocorrências como um simples surto de uma velhinha. A vida parece mesmo imitar a arte, ou vice-versa…
A estratégia em turno nas batidas policiais são a parte de maior ação presentes em This is the Police 2. E não é fácil. Eu tive que refazer algumas missões por variadas vezes para tentar minimizar as baixas dos meus policiais, pois a IA era muito boa e quase sempre dava um jeito de me driblar. As opções de habilidades, semelhantes a um RPG, onde cada personagem vai adquirindo novas características é um ponto bacana a ser explorado durante a elaboração de sua força-tarefa. Mas já aviso: se prepare que lá vem muito chumbo grosso, portanto, evite trabalhar com um contingente pequeno. Um dia ordinário ainda é um dia onde algum crime pode acontecer.
Veredito
This is the Police 2 é um jogo muito bem executado. Seu trabalho de arte e atuação é impecável. E isso pode ser ruim para aqueles jogadores que buscam mais dinamismo. Assistir cenas de 5 a 8 minutos pode ser entediante pra quem quer ir logo para a parte dos tiroteios. A impressão que fica é de que o jogo foi feito apenas para fãs. Mas, caso você tenha paciência e aprecie esse tipo de arte, dê uma chance. Garanto que você não irá se arrepender. Além disso, a jogabilidade não deixa nada a desejar, entregando um ótimo simulador que, de fato, nos coloca dentro de uma delegacia como nenhum outro.
Lançado em julho para PC, via Steam, GOG.com e Humble Store, This is the Police 2 também tem versões programadas para PlayStation 4, Nintendo Switch e Xbox One. Sua avaliação no Metacritic é fraca, chegando a apenas 68 pontos. Ainda assim, acho que o jogo é subestimado pelo público em geral, merecendo uma chance, mesmo não sendo perfeito.
*Cópia fornecida pela desenvolvedora.
