Do ano passado para cá, a cada semestre a SEGA nos presenteou com um game da franquia Yakuza sendo lançado para o ocidente. Em 2017 tivemos Yakuza 0, o prólogo inédito da saga, e Yakuza Kiwami, o remake do título original. Esse ano, chegou Yakuza 6: The Song of Life em abril. E agora chegou a hora de Yakuza Kiwami 2.
Mas como o jogo consegue manter o interesse do jogador, mesmo depois de quatro lançamentos em apenas dois anos? Séries como Assassin’s Creed foram perdendo gás ao longo do tempo devido a suas estratégias de lançamentos anuais, e quase sempre precisam se reinventar para poder continuar tendo qualidade, como God of War fez.
O segredo de Yakuza está nos detalhes. Cada jogo tem uma trama muito bem elaborada, que acrescenta novos personagens e contempla os antigos, que ao longo dos jogos vão desenvolvendo suas personalidades e se tornando queridos para quem os vê.
A superação com os mini-games
A grande quantidade de mini-games diferentes por título também dão muita longevidade aos jogos Yakuza. A sacada aparece aqui: cada mini-game é tão polido e bem tratado, que parecem mais sidequests do que apenas atrações para o jogador passar o tempo. É comum, ao descobrir um novo mini-game no jogo, que você não queira para de jogá-lo até terminá-lo por completo.
A lista de Yakuza Kiwami 2 apresenta mini games vistos em edições anteriores de Yakuza, incluindo karaokê e jogos de cartas de cassino clássicos, bem como títulos reais de arcade do passado da SEGA, como Virtual On de 1995. Mas o maior destaque vai para o bizarro jogo do mictório: os banheiros eletrônicos que a Sega instalou em suas lojas interativas no Japão no mundo real.
O jogo se trata de uma tela instalada no mictório onde o fluxo de urina do jogador funciona como toque de tela para vários mini games. No entanto, assim como na vida real, em Yakuza Kiwami 2 o protagonista Kiryu terá que comer e beber para produzir urina suficiente para alcançar uma pontuação decente nos jogos. Comer e beber no jogo dará aos jogadores “pontos de higiene” que permitem que você jogue quando estiver com o tanque cheio. Além dessa maluquice, Shogi e Mahjong também estão disponíveis para jogar, bem como as atividades do Coliseu e o Gravure Photo Studio, onde você fotografa modelos reais japonesas.
O enredo continua de primeira
Para aqueles que não estão familiarizados com a série, a franquia Yakuza segue as façanhas de Kazuma Kiryu, que busca crescer no clã Tojo da Yakuza de Tóquio no início dos anos 80. Depois de ser condenado a uma década de prisão ao assumir a culpa de um assassinato cometido por seu melhor amigo, Kiryu retorna a Tóquio para recomeçar sua vida.
Infelizmente, assim que ele volta para a cidade, alguém invade e rouba 10 bilhões de ienes dos Tojo, estabelecendo uma guerra civil dentro do clã enquanto várias facções disputam para encontrar o dinheiro perdido primeiro e usá-lo como alavanca para nomear o próximo líder do clã. É durante essa louca corrida pela fortuna que Kiryu conhece Haruka, uma criança meiga e filha de sua antiga paixão que já havia morrido.
A história de Yakuza Kiwami 2 continua a série de eventos desencadeados pelo roubo no clã Tojo, com um Kiryu que tenta levar uma vida tranquila longe da Yakuza. É claro que não demora nada para ele sair da aposentadoria, afinal, estamos falando do lendário Dragão de Dojima.
Novos gráficos e nova jogabilidade
O remake segue a mesma linha de Yakuza 6, e até engine em que o jogo foi feita foi substituída pela do novo título. Isso significa uma melhora não apenas gráfica, mas também na jogabilidade, que é muito mais fluída que a do jogo original.
Juntamente com a alta quantidade de atividades paralelas, Yakuza Kiwami 2 adota o sistema de combate e evolução de Yakuza 6, chamado Dragon Engine. Kiryu encontra inimigos no mapa destacados por ícones vermelhos que patrulham as ruas. Se eles esbarrarem com você, pode se preparar para a luta, que acontece ali mesmo através de uma transição fluída entre modo de exploração e de combate.
Derrotar os inimigos concede experiência para Kiryu, que pode ser ainda mais otimizada visitando os vários restaurantes e consumindo comida para se curar e ganhar bônus de experiência. Kiryu ainda tem acesso a uma tonelada de habilidades, algumas das quais são baseadas em combate, enquanto outras são projetadas para aumentar os ganhos de experiência, seu medidor de fome ou ajudar nos vários minijogos como o cenário do Host Club ou da Construtora Majima.
Como outros títulos da Yakuza, o combate é essencialmente um beat’em up, onde você usa socos, chutes e vários combos para derrotar inimigos. O sistema parece muito simples inicialmente, mas à medida que você desbloqueia habilidades adicionais para Kiryu, você terá acesso a movimentos adicionais para desabilitar inimigos, ataques mais elaborados e esquivas, e até habilidades de equipe que dependem de onde você está na cidade, permitindo que um NPC entre na briga se você já completou sua missão. É um sistema bastante dinâmico em geral e, embora não seja novidade na série, a ação frenética mantém os encontros constantemente animados e empolgantes.
Mais um ótimo capítulo dessa grande série
Yakuza Kiwami 2 tem tudo que faz a série ser amada elevado ao seu ápice. O jogo é um dos grandes títulos exclusivos da Sony, apesar de não ter um espaço tão grande na mídia como outros jogos AAA. Como fã da série, eu pessoalmente a recomendo para todos que realmente gostam de um bom game single player. Tem pouquíssimas falhas, fora alguns pequenos problemas de animação.
Também parece um remake muito mais robusto do que Yakuza Kiwami, que já foi um excelente jogo, para começar. Ele também tem alguns traços fortes de Yakuza 0 através dos novos elementos, e a história se amarra de maneira perfeita com o resto da série. Se você tiver uma chance de jogar, não vai se decepcionar.
Yakuza Kiwami 2 é exclusivo de PlayStation 4 e será lançado na próxima terça, 28. Por enquanto, o jogo está disponível para compra na PlayStation Store por R$ 229,90. Uma demo gratuita também está disponível. O título tem média de 85 pontos no Metacritic.
*Cópia fornecida pela desenvolvedora.